8 de agosto de 2010

"o que eu queria..."

Luís Filipe Vieira (LFV) - Ó major, eu não quero nem me tenho chateado com isto, porque eu estou a fazer isto por outro lado. (...)
Valentim Loureiro (VL) - Talvez o Lucílio, pá!
LFV - Não, não quero Lucílio nenhum! (...)
VL - E o Proença?
LFV - O Proença também não quero! Ouça, é tudo para nos f...!
VL - E o João Ferreira?
LFV - O João... pode vir o João. Agora o que eu queria... Disseram que era o Paulo Paraty o árbitro... O Paulo Paraty!...

Este extracto de uma conversa telefónica entre Luís Filipe Vieira e Valentim Loureiro, ocorrida em Março de 2004, a propósito da escolha do árbitro para apitar o jogo SLB x Belenenses das meias-finais da Taça de Portugal de 2003/04, faz parte das escutas do Apito Dourado e é bem conhecido de todas as pessoas que estão atentas ao fenómeno desportivo. Estranhamente, não mereceu a mínima investigação por parte dos agentes da Justiça, nem que fosse para perceber o que o Vieira queria dizer quando afirmou que já estava a tratar do assunto por outro lado... Os alvos eram outros e, talvez por isso, o presidente do clube do regime nunca esteve sob escuta. Mas mesmo sem investigações, o que fica claro é a preferência do presidente do SLB por árbitros como João Ferreira e Paulo Paraty. Como eu o compreendo...

Ao fim de vinte e sete épocas, o engenheiro Paraty terminou a sua carreira na arbitragem no final da época 2007/08 (para grande tristeza dos benfiquistas), devido ao limite de idade. Pouco tempo depois, demonstrou vontade em suceder a António Sérgio à frente da direcção da APAF, mas acabou por não ir a votos, deixando o caminho livre para o regresso de Luís Guilherme.

Entretanto, foi aparecendo esporadicamente na televisão, normalmente a convite do benfiquista mais famoso de Paredes, para comentar situações de arbitragem e também manteve uma colaboração com o jornal Record, numa rubrica designada Consultório Técnico.

Esta semana, o jornal O JOGO (detido pela Controlinveste) apresentou o seu novo painel de ex-árbitros que, semana após semana, comenta os casos de arbitragem dos principais jogos. O painel foi reformulado, tendo saído Rosa Santos e António Rola e entrado Pedro Henriques e... Paulo Paraty. Mais um sinal do bom relacionamento entre Joaquim Oliveira e Luís Filipe Vieira?

Como seria de esperar, logo na sua primeira intervenção Paulo Paraty mostrou ao que vinha, senão vejamos:

15': Cardozo agride Sapunaru com uma cotovelada na área do FC Porto? Justificava-se sanção disciplinar?

Cardozo atinge, com o cotovelo, Sapunaru. Difícil para o árbitro é ter acesso ao lance com a clarividência da repetição da televisão e perceber a intenção do atleta, que procura a posição. Aceito a decisão.

41': César Peixoto comete falta sobre Varela merecedora de cartão vermelho?

Parece-me que há falta grosseira de César Peixoto. Creio que, para além da primeira falta, depois ainda calcou o Varela, e não houve qualquer sanção disciplinar. Mesmo o cartão amarelo, dado o que aconteceu, seria insuficiente.

53': Aimar deveria ter visto o segundo cartão amarelo por jogo perigoso sobre Belluschi?

O árbitro fez e bem a gestão do jogo. Aimar tinha acabado de ver um cartão amarelo. Por isso aceito a decisão do árbitro; teve e tinha de aguardar algumas faltas.

57': Falta de David Luiz sobre Sapunaru justificava a exibição do cartão vermelho e não do amarelo?

Está nos limites. De facto, é mais uma falta de David Luiz, uma situação extrema. Se fosse a primeira vez, era aceitável o cartão amarelo, mas talvez se justificasse o cartão vermelho.

78': Entrada de Carlos Martins sobre Belluschi foi faltosa e merecedora de sanção disciplinar?

Entendo que seria motivo para marcar falta; terá escapado ao árbitro. Quanto à gravidade, não me parece um lance maldoso. Deveria ter sido marcada apenas a falta.

Apreciação global: Árbitro demonstrou domínio, controlo e capacidade de liderança suficiente para que o jogo chegasse ao fim com equipas completas. Para quem gosta de arbitragens à inglesa, João Ferreira esteve bem.

Os destaques a negrito são da minha responsabilidade e dispensam mais comentários.

O Paulo Paraty tem mais jeito e dá menos nas vistas que o António Rola, mas não deixa de ser interessante apreciar a sua "ginástica" argumentativa ("parece", "creio", "era difícil para o árbitro", "talvez se justificasse", etc.) para tentar justificar o injustificável.

1 comentários:

P. Ungaro disse...

È uma vergonha !!!

O que se passou em Aveiro, onde o João "pode ser " Ferreira "deitou" a mão a cara do Alvaro Pereira, é de pais de 3º mundo, a corja jão nem tenta disimular o seu anti portismo.

Um abraço

http://fcportonoticias-dodragao.blogspot.com

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